União Europeia distingue investigação liderada pelo Politécnico de Setúbal

O projeto de investigação TESSe2b, desenvolvido por um consórcio de 10 parceiros coordenado pelo Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), está na lista dos projetos bem-sucedidos destacados pela Comissão Europeia pelo seu contributo para a meta de uma Europa com impacto neutro no clima até 2050, no quadro do Pacto Ecológico Europeu.

O sistema desenvolvido, que dá pelo nome de Thermal Energy Storage Systems for Energy Efficient Buildings (TESSe2b), propõe uma solução para o armazenamento de energia térmica em edifícios residenciais, por recursos solares e geotérmicos, de instalação fácil e a baixo custo para o cidadão comum, refere o IPS em comunicado.

O projeto, que decorreu entre 2015 e 2019, sob coordenação do professor Luís Coelho, da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS), foi financiado pelo programa Horizonte 2020 (H2020), da Comissão Europeia, com um montante de 4, 3 milhões de euros, demonstrando a capacidade do IPS para liderar, e com sucesso reconhecido, projetos europeus de relevância e em parceiras alargadas.

Neste quadro, o sistema TESSe2b, que envolveu cinco instituições de ensino superior, um centro de investigação e quatro pequenas e médias empresas, em representação de oito países (Portugal, Grécia, Chipre, Espanha, Áustria, Polónia, Alemanha e Reino Unido), veio provar que, em tempos de transição energética, em que se começa a generalizar o uso de fontes renováveis nas habitações, o problema coloca-se sobretudo ao nível do armazenamento, exigindo uma “solução para garantir a disponibilidade de energia sempre que ela é necessária, seja para aquecimento, arrefecimento ou produção de águas quentes sanitárias”, pode ler-se no mesmo comunicado.

O novo sistema foi testado em três locais de demonstração, na Áustria, Espanha e Chipre, para adaptação do desempenho a vários tipos de clima, e o que se apurou é que esta solução permitirá “reduzir o consumo de energia nas habitações em pelo menos 30 por cento”, significando menos custos para o consumidor final.

Além do impacto ambiental, que se traduz na “redução dos consumos energéticas e respetivos custos, bem como no aumento da contribuição das fontes de energia renováveis para aquecimento, arrefecimento e águas quentes sanitárias”, este projeto representou igualmente, para o IPS, uma oportunidade única de “alargar a sua rede de contactos internacionais”, sem esquecer a marca que deixou na sua prática pedagógica, como realça o investigador Luís Coelho. “Este projeto em concreto, bem como outros de investigação e desenvolvimento em que o IPS tem estado envolvido, tem permitido também atualizar matérias lecionadas nas licenciaturas e mestrados relacionados e envolver estudantes e bolseiros de investigação, contribuindo assim para uma formação mais avançada e alinhada com os desenvolvimentos tecnológicos atuais e futuros”, acrescenta.

Sucedido pelo Horizonte Europa, que vigorará até 2027, o H2020 destacou-se como o maior programa de investigação e inovação de sempre da União Europeia, com um total de 80 mil milhões de euros direcionados para a produção de ciência e tecnologia de nível mundial, capazes de sustentar o crescimento económico e o emprego qualificado.