Docente da ESS/IPS integra investigação sobre exclusão digital na saúde de migrantes

O artigo, publicado recentemente na revista Frontiers in Public Health, avaliou a literacia em saúde digital (eHealth) (a capacidade de aceder, compreender e usar informação de saúde para tomar decisões de saúde informadas, na perspetiva individual e/ou comunitária) de uma comunidade migrante, relacionando-a com características sociodemográficas e variáveis relacionadas com a saúde. Para isso, a equipa de investigação realizou questionários a 101 migrantes maioritariamente oriundos de Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e fluentes em português, de uma comunidade residente num agregado habitacional precário e de génese ilegal da área Metropolitana de Lisboa. O estudo analisou a forma como esta população acedia e compreendia as ferramentas digitais de saúde, tais como portais online, aplicações ou serviços públicos eletrónicos ou outras tecnologias de saúde. Por outro lado, explorou de que forma a idade, o nível de escolaridade ou a presença de doenças crónicas influenciavam as competências de literacia em eHealth.

Os resultados revelaram que, apesar do domínio da língua, muitos participantes apresentavam baixos níveis de literacia em eHealth, evidenciando dificuldades no acesso e uso eficaz dos recursos digitais de saúde, mesmo excluíndo as barreiras linguísticas que a maioria dos migrantes enfrenta nos países de destino.

Em linha com outros estudos internacionais, as fragilidades na literacia em eHealth entre migrantes apontam para o risco de exclusão digital, reforçando a necessidade de criar estratégias de comunicação e promoção de literacia em eHealth mais inclusivas e adaptadas às diferentes realidades culturais e sociais.

Assim, a literacia em eHealth é essencial para garantir o acesso equitativo aos cuidados de saúde e para promover a autonomia de cada cidadão na gestão da saúde.

O artigo completo está disponível aqui.