Projetos em Curso

Título do Projeto: Competências de informação para jovens da era digital (CIJED)

Investigador Responsável: Lídia Marôpo

Sumário do Projeto: O Eurointelligence (2019), serviço online de notícias económicas, afirma que a chamada Geração Z (nascidos por volta dos anos 2000) forma a sua opinião principalmente em plataformas como o Youtube e o Instagram e que o sistema partidário, ainda muito ligado aos media tradicionais, não sabe se comunicar com estes jovens. Inúmeros estudos atestam a popularidade dos chamados influenciadores digitais – produtores de conteúdos digitais que narram as suas vidas para angariar seguidores e monetizá-los (Marshall, Barbour & Moore, 2018) – entre crianças e adolescentes (Àndo, 2016; Pereira et al, 2018; Aran-Ramspott, 2018 & Marôpo et al, 2018; Jorge et al, 2018). Crystal Abidin (2018), conceituada investigadora da cultura digital, alerta que embora académicos e jornalistas subestimem as celebridades digitais estas promovem mensagens com grande repercussão, especialmente entre os mais novos. Neste sentido, este projeto pretende estudar, em parceria com o Agrupamento de Escolas Sebastião da Gama, como os jovens (2º e 3º ciclos) consomem informação, num sentido amplo, nos media sociais. O objetivo é melhor conhecer como constroem sentidos sobre questões políticas, consumo e estilos de vida, tendo em conta os conteúdos digitais aos quais acedem. Como produto final, serão desenvolvidas medidas de promoção ¬¬da literacia digital e da informação em contexto escolar (workshops para professores e estudantes), com foco na promoção de uma visão crítica sobre o mundo.

Título do Projeto: Projeto: idoSOS – intertwined voices

Sumário do Projeto. A população idosa foi, face à pandemia (COVID 19) a mais abalada, quer pelas perspetivas de risco associadas em particular a este vírus, quer pela quebra das suas rotinas diárias, designadamente os idosos que frequentavam centros de dia (ainda sem perspetiva de reabertura). O confinamento da população idosa à sua residência não pode, a partir de março de 2020, como no caso das crianças, jovens e adultos, ser minimizado por recurso a meios digitais de contacto e interação, já que a maioria deles não possui nem competências no uso de meios digitais, nem acesso aos mesmos. O confinamento residencial, sobretudo em meios rurais ou no centro de grandes cidades, sem redes de suporte familiar e/ou vizinhança e/ou solidariedade ativa, terá acentuado sentimentos de solidão, abandono, ansiedade e debilidade, obrigando as pessoas a uma vida mais sedentária, com consequências negativas no bem-estar e saúde, diminuindo a sua qualidade de vida. É nosso objetivo, na sequência do projeto idoSOS – um dedo de conversa que já se iniciou no âmbito do IPS Solidário, , contribuir para que, no contexto de pandemias que afetem em particular esta faixa etária, se investiguem estratégias eficazes para quebrar o isolamento social da população idosa, valorizá-la e reforçar a sua capacidade de enfrentar situações de emergência. Mobilizaremos como estratégia privilegiada de intervenção o “Photovoice”, testando-a como elemento agregador de duas áreas científicas - as Ciências Sociais e as Artes - analisando a sua eficácia face ao objetivo proposto. O contacto telefónico semanal feito pelos estudantes da licenciatura em Animação e Intervenção Sociocultural estabelecerá a interação com os idosos, utentes de dois centros de dia do concelho de Setúbal, um em meio rural e outro urbano. Para além do contacto telefónico terão ainda lugar visitas porta a porta, respeitando a distância social e os cuidados que a situação epidémica determinar à data da sua realização.

Equipa de Investigação. Carla Cibele Figueiredo (Investigadora Responsável, Ciências Sociais)  ; Ana Alcântara (Ciências Sociais); Carlos Mata (Ciências Empresariais, Pró Presidente do IPS, com os pelouros de: Inserção na Vida Ativa; Rede Alumni; Responsabilidade Social); Filipe Fialho (Artes) e Joana Matos (Artes)

Título do Projeto: Participação dos estudantes e qualidade das instituições de ensino superior (IES)

Sumário do Projeto. 

A participação dos estudantes, a nível nacional, nas estruturas de governo das Instituições de Ensino Superior (IES) e na prossecução de políticas institucionais para a qualidade, tem sido identificada como insatisfatória, não apenas pelas próprias IES, mas também pela Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP) (Palma, 2019, 2020).

Uma realidade transversal aos países europeus, tal como destacada pela European Students’ Union (ESU, 2015, 2018). Apesar de o discurso oficial valorizar e incentivar a participação efetiva dos estudantes, definindo mesmo mecanismos de participação democrática e cívica, na prática, persistem problemas que urge compreender e ultrapassar, pois limitam a intervenção consciente e cidadã dos estudantes na vida destas instituições.

A presente proposta pretende produzir conhecimento conducente à identificação, caracterização e superação de obstáculos que dificultam ou impedem a participação efetiva dos estudantes na governação das IES, o que se enquadra numa perspetiva de Investigação e Desenvolvimento (I&D).

O projeto organiza-se em torno de quatro objetivos:

1. Caracterizar a participação dos estudantes nos órgãos de governo das IES em que têm assento e nas associações estudantis, ao longo dos últimos cinco anos;

2. Analisar as perspetivas dos estudantes sobre a sua participação na governação das IES;

3. Conceber propostas promotoras de uma melhor participação dos estudantes nos órgãos de governo das IES;

4. Ensaiar, a título experimental, estratégias de melhoria da participação dos estudantes.

Equipa de trabalho. Albertina Palma (Investigadora Responsável); Ana Maria Pessoa; Carla Cibele Figueiredo; Fernando Almeida; Filipe Fialho; João Vinagre; Maria do Rosário Rodrigues; Rodrigo Teixeira Lourenço

Título do Projeto: “Festival Sementes: Mostra Internacional de Artes para o Pequeno Público”

Sumário do Projeto. Ao longo de 25 anos o “Festival Sementes: Mostra Internacional de Artes para o Pequeno Público” desenvolveu um trabalho intenso e continuado, único no contexto nacional, através da apresentação de uma diversidade de espetáculos para o “pequeno público”, em diferentes espaços do concelho de Almada e de outros concelhos do distrito de Setúbal e do Distrito de Lisboa.  Diversidade de propostas estéticas, artísticas e formativas. Para além disto foram também desenvolvidos um conjunto de outras atividades nomeadamente o Seminário “Artes, Educação e Sociedade” e o trabalho com diferentes Agrupamentos de Escolas. Neste contexto, o trabalho que se pretende desenvolver procura, por um lado, dar um outro tipo de visibilidade ao trabalho desenvolvido e, por outro, refletir em torno do papel das artes na infância e na cidade como uma das modalidades de construção de uma cidadania culta e cosmopolita. Trabalho que parte de uma questão inicial: de que modos é que o Festival Sementes tem contribuído para a construção de uma Cidade e Cidadania mais culta, democrática e cosmopolita?

O trabalho investigativo compreende: (a) levantamento de literatura relevante (em parte já realizado); (b) levantamento das notícias na imprensa (já realizado no que diz respeito à informação online); (c) levantamento de outros festivais congéneres; (d) análise dos programas dos festivais; (e) recolha de depoimentos e (f) entrevistas ao diretor artístico e outras personalidades.  Em relação a estes últimos dois pontos (e com a colaboração do Teatro Extremo) serão selecionadas algumas companhias que possam dar o seu depoimento atendendo à diversidade de estéticas e projetos artístico tendo em consideração indicadores como: companhias com trabalho mais ligado  à infância, outros mais gerais; companhias com um teor mais performativo; companhias com trabalho mais de rua; companhias com teor mais visual). Em relação aos entrevistados e aos depoimentos: algumas autarquias, “históricos do Festival”; crianças e jovens; outras individualidades que se considerem relevantes. A listagem a elaborar pode dividir-se entre quem seria interessante entrevistar e quem será apenas pedido um depoimento. As entrevistas serão realizadas pelo coordenador do projeto.

Equipa de trabalho. António Ângelo Vasconcelos (coordenação); Ângela Luzia; Ema Inácio; Isabel Bezelga; Nuno Bernardo; Catarina Pé-Curto (designer do livro)

Título do Projeto: A JUVENTUDE DO SEIXAL - Um contributo para a sua caracterização (Proposta de trabalho com a Câmara Municipal do Seixal)

Objectivos do estudo . Este estudo visa responder à necessidade de “conhecer melhor quem são os jovens que vivem no concelho do Seixal”. Considera-se que esse conhecimento é fundamental para construir um Plano Municipal de Juventude adequado às necessidades expressas pelos jovens e para elencar um conjunto de políticas que possam por um lado dar resposta a problemas por eles identificados e, por outro, corresponder às exigentes aspirações a nível do desenvolvimento social e cultural das populações para viver numa sociedade do século XXI. Os seus resultados permitirão obter informação que permita cumprir os objetivos expressos pela autarquia para a definição das políticas locais de juventude, designadamente:

1. “Contribuir para o desenvolvimento integral dos jovens, enquanto caminho para a sua autonomia, bem como para a definição de políticas locais de juventude enquanto fatores de emancipação e de construção social;

2. Incentivar a participação juvenil;

3. Valorizar a capacidade criadora dos jovens;

4. Reforçar o caráter transversal das políticas locais de juventude;

5. Apoiar o Movimento Associativo Juvenil formal e não-formal;

6. Desenvolver a rede de Equipamentos Municipais de Juventude, tendo em conta as necessidades da população juvenil;

7. Garantir acesso generalizado dos jovens às atividades, programas e equipamentos municipais;

8. Desenvolver iniciativas e ações com vista à ocupação dos tempos livres dos jovens”.

Equipa de Investigação: António Ângelo Vasconcelos (Artes); Carla Cibele Figueiredo (Educação); João Vitor Torres (Tecnologias); Marta Alves (Comunicação Social/Indústrias Culturais); Paulo Nunes (Desporto)

Título do Projeto: Investigar e avaliar o projeto ReCriar-Se

Sumário do projetto: A relação entre as artes, os processos criativos, a inclusão e o bem-estar afiguram-se relevantes no contexto das sociedades contemporâneas e dos diferentes tipos de apropriações que contribuem, de modos diversificados, para a reconfiguração de identidades, de melhoria nos percursos de vida, individual e coletiva, para reverter alguns processos de exclusão incentivando processos de capacitação interpessoal e de construção de capital social e cultural.

O projeto artístico e social “Recriar-se”, criado em 2014 e desenvolvido na Cáritas Diocesana de Setúbal, é um projeto de capacitação singular envolvendo a música, a fotografia e as artes visuais em que, através de processos colaborativos, se procura reconstruir percursos de vida criando condições para o empoderamento e inclusão dos participantes, homens e mulheres em situações de sem abrigo.

Esta investigação/avaliação debruça-se sobre a relação entre as formas de arte, a inclusão social e o bem-estar, tendo como objeto empírico o “Recriar-se” e como objetivos: (a) perceber como é percecionada e apropriada, por parte de sujeitos a sua participação num projeto artístico; (b) identificar estratégias e práticas artísticas que contribuem para os processos de empoderamento, inserção social e bem-estar dos atores e (c) avaliar o trabalho realizado nas suas dimensões artísticas, intervenção psicossocial e organizacional; (d) produzir e disseminar conhecimento sobre uma realidade que tem sido pouco estudada no contexto nacional e internacional.

Equipa de investigação: António Ângelo Vasconcelos; (coordenação); Ana Luísa Oliveira Pires;  Gina C. Lemos e Elisabete X. Gomes